Disciplina Estratégica: A importância do entrosamento entre Visão e Ação

Disciplina Estratégica esta ligada diretamente a clássica frase “Se você não sabe onde quer chegar, qualquer caminho serve”, do livro – que virou filme – de Lewis Carroll “Alice no país das maravilhas” é uma das mais usadas para exemplificar a importância de se ter objetivos. Saber aonde se deseja ir é fundamental para que possamos escolher o melhor caminho. Mas não basta saber, é preciso seguir neste caminho!

Fica evidente que para que possamos chegar a uma posição desejada, seja um destino de viagem, a aquisição de um produto, um diploma ou qualquer coisa que possa ser definida como “objetivo”, são necessários dois elementos básicos: visão e ação.

Sem visão bem apurada, fica difícil enxergar adiante, avaliar opções, confrontar com intenções e desejos e definir qual o marco a ser batido. Mas, por mais que se tenha claro aonde se deseja chegar, sem ação não se chega a lugar algum.

Esse princípio, natural em nossa vida pessoal, também se aplica à gestão empresarial. No entanto, apesar de parecer óbvio também no universo da administração, combinar, ou melhor,

 

coordenar visão

e ação

não é tão simples assim.

 

É muito comum encontrarmos empresas que são exímias executoras, que sabem muito bem o que deve ser feito no presente, mas não têm uma ideia clara do rumo para onde suas ações a estão levando. Elas não têm claro se os segmentos atendidos são os melhores, se os produtos e serviços que estão sendo desenvolvidos farão sentido no futuro, se a insistência na negociação com determinado fornecedor vale mesmo a pena e por aí vai.

Também é comum encontrarmos empresários que têm claro em suas mentes e corações onde desejam que suas empresas estejam a cinco ou dez anos adiante, mas que, quando aterrissam na vida real da administração, sucumbem à rotina. Ligam o automático e saem executando o que deve ser executado sem refletir, por alguns minutos que seja, se o esforço empregado o ajudará a levar seus negócios na posição que vislumbra.

Mas existem empresas que conseguem entrosar bem esse dueto “visão e ação”. Nelas, há disciplina estratégica e o trabalho de rotina executado pelos diversos níveis de colaboradores, as impulsionam em direção a seus objetivos de longo prazo.

 

São empresas com disciplina estratégica

e, cuja execução ou ação,

é coerente com sua visão e suas ações.

 

Podemos organizar as empresas, do ponto de vista de capacidade de entrosamento “visão e ação”, de acordo com a figura:

O grupo II é formado pelas empresas sobre as quais comentamos acima, notórias por sua capacidade de execução e controle, mas que possuem baixa clareza de visão de futuro. Ou seja, são empresas que têm foco apenas no presente. Elas até podem, por sua excelência de execução, ter uma boa posição competitiva, mas correm sérios riscos decorrentes do baixo nível de ações e investimentos que visem à perenidade delas, como obsolescência de produtos ou de identidade de marca, por exemplo.

O grupo III tem comportamento oposto do grupo II. É formado por empresas cujas lideranças têm muito claro aonde querem chegar. Possuem normalmente um documento de planejamento estratégico bem detalhado, indicando em qual posição a empresa almeja estar no futuro. No entanto, são empresas que têm dificuldade para tirar do papel o que foi proposto no planejamento estratégico ou, quando muito, até iniciam as ações previstas, mas as urgências do dia a dia acabam por abafar as ações que efetivamente colocariam a empresa no caminho traçado para o futuro desejado.

Assim como o grupo II, são empresas que acabam tendo seu foco de ação no presente. Por isso, correm também os mesmos riscos acima descritos e, em adição, são acometidas pela constante frustração de não serem capazes de executar seu planejamento estratégico, conectando visão e ação.

Muitas vezes, empresas deste grupo atingem um grau de frustração tal que acabam por desvalorizar a importância que um planejamento estratégico tem para uma organização. Com isso, desistem de investir neste planejamento e, consequentemente, não conseguem mais construir uma visão de futuro consistente, o que as fazem mudar de grupo, passando do Grupo III para o Grupo II.

Existem ainda empresas que compõem o grupo IV. Essas, pelas razões mais variadas, que vão de falta de perfil e capacitação de seus líderes até limitação de recursos financeiros, humanos, tecnológicos e operacionais, não conseguem sucesso nem na execução das atividades e operações rotineiras tampouco na construção de uma visão clara de futuro que poderiam nortear suas ações.

São empresas que, via de regra, sofrem constantemente com os avanços da concorrência, mais preparada e ágil ou, quando muito, encontram-se em posição de defesa em nichos de mercado com potencial de mercado limitado o suficiente para não ser atrativo para novos entrantes.

Definitivamente, não é uma situação confortável para uma gestão que vise ter Disciplina Estratégica e Crescimento Sustentado!

E temos o Grupo I, composto pelas empresas que conseguem executar suas atividades de forma tal que o conjunto da obra a move em direção aos objetivos definidos em sua visão de futuro. A principal diferença entre empresas que estão nesse grupo e as demais é sua “disciplina de execução”. Mais do que serem capazes de executar com excelência suas atividades e operações,

 

essas empresas são “obedientes”

 ao que foi previamente definido pelo

planejamento estratégico alinhando visão e ação.

Empresas com disciplina estratégica não se permitem perder de vista os objetivos futuros e a necessidade de dar passos sempre para frente. São capazes de gerenciar as atividades de curto prazo sem perder o foco no futuro planejado. Essa característica permite que se mantenham coerentes com as direções previstas no planejamento estratégico e, por isso, não desperdiçam energia e recursos em atividades que não as leve aonde querem chegar.

Em outras palavras, elas conseguem controlar suas atividades presentes e raramente se queixam da rotina como responsável por não seguirem seus planejamentos. Por isso, são empresas que tem “visão e ação” e enxergam valor no instrumento de gestão chamado Planejamento Estratégico.

Importante frisar que a forma como as empresas foram agrupadas aqui não depende do setor de atuação ou do número de colaboradores. O que é levado em conta são os dois elementos básicos para que uma empresa possa percorrer um caminho escolhido por ela para chegar a um destino, também escolhido por ela.

Isso vale para pequenas, médias e grandes empresas. O porte não faz diferença. O que realmente faz a diferença, que define em qual grupo uma empresa se encontra, é a qualidade de sua liderança.

Uma boa liderança deve ser capaz de construir uma visão de futuro viável para a organização, utilizando de forma adequada à sua realidade, um formato de Planejamento Estratégico que seja realmente viável de ser executado. Também deve formar e incentivar uma cultura de execução em todos os níveis da empresa. Uma execução com agilidade, senso de urgência, eficaz e produtiva, mas, principalmente, coerente com a visão de futuro.

Deve ser capaz também de se adaptar às mudanças que o ambiente de negócios exige para que a empresa tenha disciplina estratégica e siga firme em direção ao futuro escolhido por ela, ou, em condições extremas, escolher novo futuro.

Autor: Élcio Damaceno
Publicado: 02/02/2021

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